domingo, 23 de maio de 2010

Guarda da boca

Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios. Salmo 141: 3.

Nós estamos acostumados com guardas estabelecidos em vários locais aonde tem objetos de valor. Nos shoppings, nas empresas de grande porte, nas instituições financeiras e até em alguns estabelecimentos particulares. A função dos guardas é identificar indivíduos suspeitos e detê-los antes que eles possam agir. Ou numa ação mais arrojada, os guardas tentam impedir que elementos saiam levando algum produto de roubo. Quando os guardas estão em algum evento, servem para impedir a entrada de bêbados e pessoas inconvenientes ou não convidadas para o recinto. Mas os guardas devem deixar passar livremente o fluxo de pessoas normais.

A boca é habitualmente uma boca livre, uma porta aberta por onde passa de tudo, mas tem coisas que não devem sair boca a fora, tem que ser impedidas, tem que ficar presas, trancafiadas para sempre e até mesmo aniquiladas de uma vez por todas. Quando há palavras nocivas e prejudiciais com ímpeto de sair boca a fora e ganhar o mundo, o guarda da boca tem que exercer a função de um guarda de penitenciária, o qual deve impedir qualquer tentativa de fuga, deve impedir que os detentos ganhem a rua e produzam barbaridades no seio da sociedade.

O guarda da boca deve impedir que palavras bandidas, assassinas, suspeitas, nocivas, prejudiciais saiam boca afora e cometam crimes horrendos por onde quer que forem.

Algumas palavras são criminosas de alta periculosidade por que são capazes de matar e destruir sonhos, são capazes de ferir profundamente corações e lhes causar chagas, são capazes de aniquilar relacionamentos de amor ou de amizade, são capazes de roubar a paz e causar os mais variados transtornos ao coração humano. As palavras criminosas dão com ímpeto contra a vida do próximo, ultrajam e blasfemam contra o criador. Não podem de maneira alguma serem postas em liberdade.

Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, por que dele procedem as fontes da vida. Provérbios 4: 23.

Quando o coração não é devidamente guardado e vigiado, e consequentemente pequenos transgressores são admitidos como se fora inofensivos, esses com o passar do tempo se desenvolvem e se transformam em bandidos inveterados, os quais tem que ser lidados por um guarda.

É certo que não podem sair, que não podem nem mesmo existir, não deviam ser concebidas ainda que em pensamento, por que na verdade, onde precisa de um guarda e de sistema de vigilância, é por que as coisas não andam muito bem. A mente precisa ser renovada, o coração precisa ser transformado e limpo, para que a boca fique livre e aberta, com a certeza de que somente palavras boas e frutíferas passarão.

Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os Teus louvores. Salmo 51: 15.

A boca pode ficar livre, sem guarda, totalmente escancarada pelo Senhor, para que dela flua palavras de bênçãos, palavras de amor e cânticos de louvor. Mas para isso, antes de tudo é preciso guardar o coração, porque é melhor guardar o coração com todos os meios, em todo o tempo e de todas as maneiras, do que depois ser praticamente obrigado a colocar um guarda na boca.

Está em nossas mãos hoje, a possibilidade de nosso coração vir a ser uma penitenciária cheia de pensamentos maldosos e nossa boca uma porta cheia de trancas e com guardas, ou o nosso coração vir a ser uma campo livre cheio de amor e a nossa boca uma via aberta de louvor.

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sábado, 15 de maio de 2010

Na viração do dia




Gênesis 1: 31
Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.

Depois de ter trabalhado, Deus observou atentamente tudo o que tinha feito, e uma vez detectado que tudo estava perfeito, que tudo estava cumprindo fielmente o propósito para o qual havia sido criado, Deus conclui com uma palavra final de aprovação.

Gênesis 2: 15
Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no Jardim do Éden para o cultivar e o guardar.

Deus sentiu tanto prazer e satisfação com o trabalho que realizou que resolveu dar essa dádiva também ao homem. Assim o homem foi incumbido de cultivar e guardar o jardim, para que ao fruto desse trabalho pudesse se deleitar ainda mais.

Gênesis 3: 8
Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.

Na viração do dia, no término de cada dia, é costume do Senhor Deus, vir até ao jardim se encontrar pessoalmente com o homem. O Senhor vem simplesmente para ter um encontro pessoal com o homem que tanto Ele ama. E também para observar bem de perto como foi o trabalho do homem neste dia.

Deus confere de perto o trabalho feito no nosso coração.

“È como se Deus fizesse uma réplica do meu ser, da minha pessoa, em miniatura, e colocasse essa miniatura de mim mesmo dentro do meu próprio coração, com a tarefa de o cuidar e o guardar, e no término de cada dia, na viração de cada dia, o Senhor vem para conferir de perto como foi feito o trabalho daquele dia no meu coração”

Deus me deu a tarefa de cultivar e guardar o meu próprio coração, o qual é o jardim mais belo que Deus criou.

E se no final do dia, eu me escondo de Deus, é por que ao invés de realizar o trabalho que Deus me confiou, eu fui xeretar na árvore do fruto proibido.
Todos os dias eu preciso estar em pé no lugar de encontro com Deus, na hora do encontro com Deus, na viração do dia. Eu preciso me apresentar ao Senhor, mostrando minhas mãos, mostrando meu coração, o jardim de Deus e o trabalho realizado naquele dia. Eu preciso passear na companhia de Deus pelo jardim, o meu coração e mostrar a Ele tudo o que há, e conversar com Ele sobre o que ainda não consegui realizar, e falar pra Ele sobre o que pretendo fazer amanhã, e ouvir Suas orientações sobre como cuidar melhor do jardim tão lindo que ele confiou em minhas mãos.

E quando, no final do dia, eu me der conta de que não fiz trabalho algum, se não cultivei nada de novo e de bom, mas deixei morrer alguma planta ou alguma flor; se não guardei, senão vigiei, mas ao contrário deixei entrar algum intruso, e se além de tudo isso, perdi tempo e ainda mexi no fruto proibido, ainda assim devo me apresentar a Ele, no mesmo lugar de encontro com Ele, na mesma hora, na viração do dia. Não devo me esconder, não devo fugir, devo estar lá, e me ajoelhar e pedir perdão e receber novamente do Seu grande amor.

E então, eu sei, que Ele me toma pela mão e vai a passear comigo pelo meu coração, o seu jardim preferido, totalmente limpo e renovado pelo Seu perdão.

Mas, para o outro dia, eu sei que Deus me incumbiu de ser o cultivador e o guarda do meu coração. Vou levantar-me de madrugada, Senhor, pedir o Teu auxílio em oração, e vou empreender esse trabalho com muita fidelidade, o trabalho no meu coração.
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