Eu olhava, tão confiante, tão lúcido.
Tão certo como a madrugada espera o amanhecer.
Mas não O via, não O encontrava.
'De alguma forma eu sabia'
Lá no profundo do meu ser.
Que Ele, o Senhor estava ali... tão perto
Ao meu lado talvez, querendo entrar dentro de mim.
Continuava a olhar, para o céu, para os montes.
Extático, impassível como uma dura pederneira.
Mas como Ele me tocaria assim?
Quem sabe passasse pelo caminho.
Mas não O via passar por ali.
Se até um milênio como um dia para Ele passa.
Ficava a esperar o Senhor passar por mim.
Meus olhos se cansavam, já não sabia o que esperar.
Excêntrico, num sarcasmo patético eu me deixava ir...
Por caminhos sombrios de densa desilusão.
Pensava: "Ah, O Senhor não vem assim".
Alguém que chega e sorri.
Que me chama pelo meu nome e diz:
Vinde a mim.
Tolo! Quão tolo eu fui.
Me cansei até me euxarir por inteiro.
Olhei para dentro do vasto mundo.
Esplêndida terra de ilusão.
Seduzidos, meus olhos se entregaram.
Estragaram minha vida, entorpeceram meu espírito.
Abatido, ferido e machucado não tinha mais o que ver.
A não ser a placa da estrada que avisa o 'fim'.
Quantas verdades tão de perto não enxerguei.
Até que Ele abriu os meus olhos.
E pude ver 'siga em frente' - o caminho não acabou.
Seus olhos me viram, prostrado, e Sua mão me levantou.
Ando hoje no caminho da vida - Jesus Cristo meu Salvador.
O que impedia meus olhos de O verem - meu coração.
Jesus Cristo o transformou.
Osvaldo Alves
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