Eclesiastes 4: 1-3.
1. Depois disso, eu vi as aflições e tristezas que havia debaixo do sol. Vi as lágrimas dos aflitos, e ninguém para consolá-los! O poder está do lado dos opressores, e não há quem os console!
2. Por isso achei que os mortos são mais felizes que os vivos.
3. Mas o mais feliz de todos é aquele que não nasceu ainda e nunca viu toda a maldade que existe debaixo do sol.
Debaixo do sol, terra de opressão - o mundo sistema é dominado por opressores, escravocratas, avarentos, amantes de si mesmos. Somando-se a isso as dificuldades naturais o cenário é desolador.
Quantas situações que podem ser descritas pelo velho ditado popular - "onde o filho chora e a mãe não vê".
Difícil a vida onde o sábio chega a considerar melhor situação a da morte, e mais feliz aquele que ainda não nasceu.
Mas o que pensar dessa vida difícil em contraste com Deus. Sim, não devemos nos entregar ao pessimismo nem à passividade. E se tiver que passar pela prova ou até mesmo morrer nela não cabe ao ser humano entregar os pontos que conquistou mesmo que falte muitos para a vitória.
Compete ao ser humano continuar em frente, continuar lutando, prosseguir um pouco mais. Se não puder ousar na fé, continuar passo a passo firme e determinado sem vacilar e sem olhar para trás.
Eclesiastes 4: 4. Também descobri por que as pessoas se esforçam tanto para ter sucesso no seu trabalho: é porque elas querem ser mais do que os outros. Mas tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento.
A competição está no âmago do ser humano e faz parte da vida em forma de maratonas, concursos, seleções de todo tipo e até olimpíadas.
Mas em muitas situações essa competição revela ou expressa o puro e simples egoísmo. Não passa de um capricho da alma ao desejar ser melhor que outro, ter mais que o outro, ser mais aclamado que o outro.
O Eclesiastes fala de um esforço no trabalho afim de obter mais e do desenvolver de habilidades buscando ser o melhor. Conclui afirmando que isso é vaidade, é ilusão, é como estar correndo atrás do vento.
Correr atrás do vento é como se esforçar muito e nunca conseguir alcançar. E se ainda porventura vier a alcançar, não conseguir segurar.
O esforço, o aperfeiçoamento, devem ter um objetivo concreto e funcional. E mesmo que a vida esteja repleta de competições, estas não devem existir na esfera pessoal só pra exaltar o ego.
Eclesiastes 4: 5-6. Dizem que só mesmo um louco chegaria ao ponto de cruzar os braços e passar fome até morrer. Pode ser. Mas é melhor ter pouco numa das mãos, com paz de espírito, do que estar sempre com as duas mãos cheias de trabalho, tentando pegar o vento.
O preguiçoso nada tem e passa necessidade. O que trabalha de forma excessiva com o intuito de sempre ter mais nunca usufrui do fruto do seu trabalho, pois está sempre tentando "pegar o vento".
O bom seria um trabalho não muito fatigante e ao mesmo tempo bem remunerado e com o final de semana livre. Mas nem todos tem essa dádiva da vida.
A gente acaba se esforçando um pouco mais por conta das necessidades aumentadas, do custo de vida muito alto nos últimos tempos ou de algum objetivo que custa dinheiro.
Muitas vezes a questão da sobrevivência grita mais alto do que qualquer outra coisa. Um pai de família eventualmente vai se gastar e desgastar pra conseguir dar conta de tamanha demanda de sua casa. Já não é possível dar-se ao luxo de fazer escolhas.
A paz de espírito, na verdade não vem exclusivamente do tempo de descanso mas do renovar das forças no Senhor.
Seja qual for nossa jornada de trabalho recebamos a força e a paz que vem do Senhor.
Eclesiastes 4: 7-8. Descobri que na vida existe mais uma coisa que não vale a pena: é o homem viver sozinho, sem amigos, sem filhos, sem irmãos, sempre trabalhando e nunca satisfeito com a riqueza que tem. Para que é que ele trabalha tanto, deixando de aproveitar as coisas boas da vida? Isso também é ilusão, é uma triste maneira de viver.
Se a três mil anos atrás já era possível constatar essa triste realidade, imagina nos dias atuais. A verdade é que sempre existiram pessoas solitárias; algumas por opção, outras, por força das circunstâncias.
Para algumas pessoas, o trabalho torna-se a terapia ocupacional. Para outras, se transforma num meio de granjear algum tesouro. Mas seja como for, definitivamente, não vale a pena viver sozinho. Não foi isso o que Deus planejou.
Alguns aprendem a viver só, outros se acostumam, mas nunca alcançam o potencial da vida. E o pior de tudo é que nunca encontra satisfação em tudo o que conquista. Sozinho não tem como desfrutar as coisas boas da vida, o vazio vai estar pungente ao menos quando volta pra casa.
Deus é Pai. Jesus é o melhor amigo. Ninguém pode ser feliz sem fazer parte da família de Deus.
Eclesiastes 4:
9. Duas pessoas juntas podem lucrar muito mais do que uma sozinha, porque o seu trabalho vai render mais.
10. Se uma delas cair, a outra a ajuda a levantar-se; mas o homem que está sozinho, quando cai, não tem ninguém para ajudá-lo a levantar-se.
É muito comum pessoas associarem-se para empreender um negócio, realizarem um trabalho, ou construir alguma coisa juntos. É importante porque cada um contribui com o que tem de melhor, suprindo a deficiência do outro, pois cada um possui qualidades diferentes.
Qualquer associação permite contribuir, colaborar, compartilhar, ajudar um ao outro, quando ambos possuem o mesmo propósito e a mesma disposição mental.
Como diz o ditado 'duas cabeças pensam melhor que uma", mas há um problema quando uma pensa diferente da outra. O Eclesiastes, no entanto, se reporta ao fator amizade, fidelidade, integração, compromisso recíproco, comunicação. Quando há esses requisitos duas pessoas juntas sempre lucram mais do que uma.
O desafio dessa nossa sociedade pós moderna é justamente encontrar esse amigo que trabalha junto e oferece sua mão e seu ombro.
Mas talvez um desafio maior ainda é ser esse amigo, o qual o outro também esteja procurando e não tem encontrado em nós.
Eclesiastes 4:
11. Também, se dois dormirem juntos, eles se esquentarão; mas um só como se esquentará?
12. E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.
É possível elencar vários benefícios da vida à dois, do companheirismo ou parceria entre duas pessoas.
Esses versículos nos apresentam dois, a saber; aquecer-se mutuamente e formar uma dupla de resistência.
Para concluir e coroar a afirmação é citado um provérbio popular na época: "o cordão trançado com três fios não se quebra com facilidade".
Provérbio esse que hoje é usado como referência de um casamento cujos cônjuges são unidos entre si com a presença do Espírito de Deus.
Eclesiastes 4: 13-14.
É melhor ser um jovem pobre, mas sábio, do que um rei velho e tolo, que não aceita repreensão.
Um rapaz assim poderia até sair de uma prisão e atingir o sucesso. Poderia chegar a ser rei; mesmo que fosse de família pobre.
Comparações nos levam a refletir; tirar lições e conclusões. Os objetos dessa pertinente comparação compreendem por um lado um jovem pobre e sábio e por outro, um rei, velho e insensato.
O rei é velho - não tem muito vigor, não tem disposição pra ir à guerra. O rei é insensato - toma decisões erradas, não sabe lidar com a maioria das questões do reino. O pior de tudo é que ele não aceita repreensão, não aceita ser corrigido. Apesar de ser rei, a velhice e a insensatez o depreciam.
O jovem é pobre - é desconhecido, não vê muitas oportunidades, não tem recursos. O jovem é sábio - pode aprender muitas coisas, sabe da necessidade de se deixar instruir e corrigir, e é isso que faz toda a diferença.
Com uma mente jovem e um coração sábio não importa a situação, não importa o lugar. Sempre vai ser possível Recomeçar e reinar sobre as circunstâncias da vida.
Eclesiastes 4
15. Vi a todos os viventes que andavam debaixo do sol, e eles estavam com o mancebo, o sucessor, que havia de ficar no lugar do rei.
16. Todo o povo, à testa do qual se achava, era inumerável; contudo os que lhe sucederam não se regozijarão a respeito dele. Na verdade também isso é vaidade e desejo vão.
Quando alguém vence e conquista o lugar de um rei, também conquista, de quebra, uma multidão de seguidores. Muitos permanecem ali apenas de corpo presente. Alguns apoiam visando algum interesse. Outros simplesmente porque é conveniente. Outros ainda, aguardando a oportunidade de desferir um golpe.
A conquista pode ser boa, útil, agradável e proveitosa, mas é preciso ter cuidado com o sucesso social que acarreta. Por si só, o sucesso social já é vaidade, imagina se ainda inflar o ego.
E o mais bruto de tudo é descobrir que os eventuais seguidores não passam de interesseiros e aproveitadores de plantão.
Vá em frente. Conquiste. Faça o que for preciso. Coloque em prática tudo o que puder. Execute todos os planos que for possível. Mas lembre-se, quase sempre é só você e Deus.
E não deixe a vaidade do sucesso tocar seu coração.
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