A rejeição de Saul e a decadência do Profeta Samuel
Saul foi
constituído rei de Israel, no entanto o profeta Samuel continuava sendo a
autoridade sacerdotal e responsável pelo andamento das coisas de Deus,
sobretudo pelos cerimoniais religiosos que eram muito apreciados pelo povo,
como festas públicas. Saul era político, Samuel, homem de Deus. Ambos tinham se
encontrado por força das circunstâncias em uma espécie de aliança quanto ao
governo do povo de Deus. Saul cuidava do lado político e do exército, Samuel
dos rituais religiosos. No entanto, isso se tornou uma armadilha para Samuel,
uma simbiose altamente perigosa. A aliança da política com a religião revelou
ser um desastre.
A função
cerimonial de Samuel foi atropelada por Saul, sua imparcialidade ficou
comprometida. Samuel acabou por subjugar-se e condescender com a autoridade
política.
Em 1 Samuel
capítulo 15 relata que Saul desobedeceu as ordens do Senhor. E Samuel foi
convocado para repreendê-lo. A princípio Samuel com muita coragem repreendeu o rei
Saul, mas logo caiu em sua conversa lisonjeira.
1 Samuel
15: 22-23. 22 Porém Samuel disse: Tem, porventura,
o Senhor tanto prazer em
holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o
obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de
carneiros. 23 Porque a rebelião é como o pecado de
feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto
que rejeitaste a palavra do Senhor,
ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.
1 Samuel 15: 24-25. 24 Então,
disse Saul a Samuel: Pequei, pois transgredi o mandamento do Senhor e as tuas palavras; porque temi o
povo e dei ouvidos à sua voz. 25 Agora, pois, te rogo,
perdoa-me o meu pecado e volta comigo, para que adore o Senhor.
Samuel ainda tenta persuadir Saul e
manter-se a si mesmo no propósito de Deus.
1 Samuel 15: 26-29. 26 Porém
Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; visto que rejeitaste a palavra do Senhor, já ele te rejeitou a ti, para
que não sejas rei sobre Israel. 27 Virando-se Samuel
para se ir, Saul o segurou pela orla do manto, e este se rasgou. 28 Então,
Samuel lhe disse: O Senhor rasgou,
hoje, de ti o reino de Israel e o deu ao teu próximo, que é melhor do que tu.
29 Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende,
porquanto não é homem, para que se arrependa.
1 Samuel 15: 30-31. 30 Então,
disse Saul: Pequei; honra-me, porém, agora, diante dos anciãos do meu povo e
diante de Israel; e volta comigo, para que adore o Senhor, teu Deus. 31 Então, Samuel
seguiu a Saul, e este adorou o Senhor.
Saul foi rejeitado por conta de sua
desobediência. Não era digno do cargo e da função que recebera. No entanto o
mais triste dessa história é a decadência do profeta Samuel, que se comprometeu
demasiadamente com o homem, com a política, com as honras e insígneas públicas
em detrimento do chamado de Deus em sua vida. Samuel sabendo que Saul tinha
sido rejeitado, que o seu reino havia sido decretado o fim, e mesmo sendo
portador dessa menagem, ainda seguiu Saul numa cerimônia pública de aparência.
Saul e Samuel continuam vivos ainda
hoje, e aparecem juntos sobretudo em anos políticos como esse. Samuel pensa que
é um bom partido apoiar Saul, faz de tudo para isso, inclusive comprete o seu
chamado, dissimula, sufoca a repreensão do Senhor, e segue Saul em suas
aparições públicas. Saul tem boa aparência, um bom nome, apresenta-se como um
escolhido embora já tenha sido rejeitado.
Samuel está ali preso na sua aliança,
tem o conhecimento da verdade, sabe para o que foi chamado, no entanto se deixa
enrredar pelas honras humanas, opta por manter a aparência do que é falso, por
fazer pose diante dos homens.
A que ponto de dissimulação e
comprometimento com a corrupção desceu o profeta, passou a temer o poder
político daquele que Ele mesmo ajudou a estabelecer e devia ser tutor e
conselheiro, no entanto foi totalmente engolido no vórtice voraz do desviado
Saul.
Esse perigo continua hoje pairando
sobre todo servo de Deus que dá proeminência às alianças políticas em detrimento
à sua aliança com Deus. Para ter vantagens no mundo, para obter vantagens
materiais e sociais para a igreja, para ingressar a si mesmo na sociedade
estilizada e fazer seu nome e sua carreira relegam a segundo e terceiro plano o Nome do Senhor e
Sua justiça.
1 Samuel 15: 34-35. 34 Então, Samuel se foi a Ramá;
e Saul subiu à sua casa, a Gibeá de Saul. 35 Nunca mais
viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte;
Samuel viveu exilado, sob a vigilância de Saul, com suas atitudes colocou o
ministério profético a mercê do poder político, e a nação ao invés de ter em
primeiro lugar uma voz profética, teve o governo de um louco e desviado dos
caminhos do senhor.
Quando foi chamado por Deus
novamente para ungir David, Samuel teve medo de Saul, e teve que arrumar uma
boa desculpa a fim de ir na casa de Jessé.
Samuel havia se desligado de Saul, porém se encontrava cerceado pelo seu
poder. Samuel havia se desligado de Saul, porém não antes de ter participado no
ato insano de honrar e levantar publicamente a imagem de um político que usava
falsamente o nome de Deus para se apresentar publicamente.
Um comentário:
A Paz do SENHOR amado irmão Osvaldo, foi com grata surpresa que ao buscar um estudo sobre o governo de Saul como comparativo aos governantes do Brasil. Descobri esse estudo da alianças que Saul fez e que trouxeram resultados desastrosos para nação de Israel naquela época. Se bem que, respeitando as diferenças dos tempos. Tenho observado dois lados sobre o servo do SENHOR se envolver na política. Uns favoráveis à participação com intuito de estarem em defesa do evangelho, outros contrários justamente pelas "perigosas" alianças, que desagradam ao nosso DEUS e trazem prejuízos para a Igreja. Louvo à DEUS querido irmão por sua vida e pelo seu Ministério. Se possivel for, gostaria de receber seus estudos via e-mail. Um forte abraço.
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