Inspirado na ilustração "Assembleia na carpintaria"
Um certo homem
possuía a carpintaria mais completa que se tem notícia. Seu trabalho era
excelente, qualquer taco de madeira Ele transformava em uma peça
extraordinária. Tipo algum de madeira era inadequado ou impróprio para Ele.
Tudo tinha serventia, tudo era matéria prima a ser transformada em obra prima.
Suas mãos
essencialmente habilidosas, porém não dispensava uma boa ferramenta, podendo
esta ser simples ou complexa. Aliás o seu time de ferramentas também era o mais
completo, nunca desprezou nenhuma, e por cada uma delas tinha uma afeição muito
especial. Sabia usá-las no momento certo, cada qual na sua função, nesse
quesito não improvisava, pois tinha plena certeza do plano antecipadamente
traçado.
As ferramentas
estavam sempre à disposição, orgulhando-se todas as vezes que eram
requisitadas. Diferenças gigantescas as separavam umas das outras, mas algo
maravilhoso as unia dissipando toda pendência – ver que o produto final muito
bem acabado continha a participação de todas elas. Nenhuma podia ater-se aos
defeitos e limitações dos outros, mas eram compelidas no seu íntimo a reconhecer
as qualidades demonstradas na obra executada.
Essa concepção, essa
direção, essa harmonia era por causa do Carpinteiro que nunca considerava os
defeitos, as inaptidões, as deficiências – mas olhava sempre para a qualidade
de cada uma, tirando dessa qualidade ainda que pequena, grandes resultados.
O martelo fazia
barulho em demasia, mas era somente assim que podia fixar bem os pregos. O
parafuso dava muitas voltas para chegar no fim, mas eram essa muitas voltas que
prendiam adequadamente a madeira. A lixa era muito áspera e causava atritos,
mas só assim podia alisar rebarbas e superfícies imperfeitas. O metro tinha o
costume de medir tudo à sua frente e à sua volta, mas era assim que os encaixes
podiam se perfeitos.
Se as
ferramentas se revoltassem umas com as outras e com O Carpinteiro certamente só
enxergariam defeitos. Umas orgulhar-se-iam de seus feitos em detrimento das
demais. Outras atacariam as companheiras com críticas desmedidas. Outras ainda
fariam greve e recusar-se-iam a trabalhar e serem usadas pelo Carpinteiro na
mesma obra juntamente com as companheiras.
Todavia, na
carpintaria do Mestre não há lugar para desentendimentos, não há lugar para
orgulho, não há lugar para desânimo, não há lugar para desistência e abandono,
não há lugar para ilusões ou desilusões.
Na Carpintaria
do Mestre as ferramentas estão dispostas no seu devido lugar, guardadas para
serem usadas por Ele cada qual a seu tempo, cada uma em sua respectiva área e
devido lugar.
Ferramentas
disponíveis para O Mestre Carpinteiro – é assim que precisamos ser – não olhando
de forma crítica, cínica, negativa, invejosa, desdenhosa, lamuriosa, para o
momento dos outros, bem como para o talento, o trabalho, o sucesso, o
desempenho ou o resultado.
Ferramentas – cada
uma delas dá uma contribuição valiosa para a execução de um bom trabalho.
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