segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Arrepende-te

 

Apocalipse 2: 5. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.
 
Lembrar de onde caiu. Trazer à mente. Fazer uma reflexão acerca do fato de ter deixado o primeiro amor.
 
Arrepender. É a mudança da mente acompanhada de uma atitude respectiva. De voltar a praticar as primeiras obras.
 
Isso não é um lembrete. É uma repreensão severa acompanhada de um veredicto inexorável.
 
Se não houver mudança. Se não houver a volta ao primeiro amor o Rei de Justiça vem para remover o candeeiro do seu lugar.
 
E assim vemos e não entendemos ministérios prósperos caírem, líderes promissores caírem. Na verdade é porque muitas vezes eles mesmos não se lembraram de onde já haviam caído à muito tempo. Haviam caído da plataforma do primeiro amor.
 
Não deixe o primeiro amor passar. Cair do primeiro amor é cair por inteiro.

 

O abandono do primeiro amor

 

Apocalipse 2: 4. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.
 
Porém tenho uma coisa contra vocês: é que agora vocês não me amam como me amavam no princípio. (Linguagem Atual).
 
A igreja que trabalha, que persevera, que zela, que empenha-se, que está convencida que faz tudo direito, que até foi elogiada pelos seus feitos, leva, de repente, um tapa na cara.
 
"Não existe mais o primeiro amor". Não existe mais a paixão de buscar a presença de Deus, não existe mais o desejo de estar a sós com Deus, não existe mais a pureza e a simplicidade do novo convertido. 
 
Não existe mais a alegria de servir. Não existe mais o encanto por cada descoberta na Palavra de Deus. O primeiro amor passou. Ficaram as obras, o trabalho, o serviço, o zelo, (tão essenciais), mas sem amor.
 
Cristãos mecânicos, robóticos, executando ordens, fazendo tarefas, fazendo serviços. "Agora, vocês não me amam mais como me amavam no princípio".
 
Jesus aponta a falta de Maria irmã de Marta (Lucas 10: 38-42).
O serviço é necessário, o zelo é necessário, mas permanecer sempre no primeiro amor é essencial.
 
 

Conheço as tuas obras

 

Apocalipse 2: 2-3.
Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança; sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste, e não desfaleceste.
 
É digna de elogios uma pessoa trabalhadora. É como se Jesus estivesse elogiando Marta irmã de Maria (Lucas 10: 38-42).
Quanto empenho. Quanto serviço. Quanta boa obra. E perseverança em meio às tribulações.Cuida da obra para que falsos apóstolos não a contamine.
 
Destaca-se quatro pontos importantes sobre os quais Jesus elogia a igreja.
1) Obras - Uma igreja que tem projetos e os coloca em prática. Uma igreja múltipla em ministérios.
2) Trabalho - Uma igreja que se envolve, que faz. Não vive de festas e coisas que aparecem.
3) Perseverança - Uma igreja perseguida mas que não desiste. Espremida pelos cultos ao imperador e à Diana do Efésios, dominantes na cidade, mas não nega o Nome de Jesus.
4) Palavra - Uma igreja que prova os espíritos dos apóstolos ou mestres ou pregadores. Que zela e cuida para que lobos disfarçados de ovelhas não devorem o rebanho.
 

 

domingo, 16 de agosto de 2020

Ao anjo da igreja em Éfeso

 

Apocalipse 2: 1. Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:
 
Éfeso é uma cidade com uma igreja de Jesus Cristo. O pastor dessa igreja é chamado "anjo" - que significa mensageiro. A linguagem simbólica também é usada para proteger pessoas.
 
Jesus se apresenta: "Tem na mão direita os mensageiros e anda entre uma igreja e outra". Ele detém sob a Sua direção, ordem e comando os sete pastores - os pastores que andam em Sua presença. Ele anda, caminha, passeia pelas sete igrejas - aquelas que são Suas.
 
A igreja em Éfeso havia tido "pastores estrelas", Paulo, Timóteo e João. Jesus lembra que, não importa o renome, tem que estar em Suas mãos.
 
Éfeso era a maior cidade da Ásia Menor, era chamada de "Feira das Vaidades". A deusa diana era conhecida como "diana dos Efésios".
Jesus lembra que não importa a que entidade a maioria das pessoas da cidade é devota, desde que haja naquela localidade verdadeiros crentes ali está Jesus no meio deles.
 
Jesus presente no meio da igreja. Jesus nos segurando em Suas mãos. Essa realidade precisa ser resgatada e vivida hoje.
 
 

domingo, 9 de agosto de 2020

As sete estrelas e os sete candeeiros

 

Apocalipse 1: 20. Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.
 
A visão das sete estrelas na mão direita, e dos sete candeeiros ao redor de Si, é revelada. Não deixa margem para qualquer outra explicação ou especulação.
 
Era costume e estratégia de Jesus falar ao povo por parábolas e depois explicar em particular para os discípulos. João está tendo a oportunidade de reviver esses momentos preciosos de ter um particular com Jesus.
 
O que era mistério e totalmente incompreensível foi revelado e traduzido de forma tão simples e natural.
 
A revelação, o apocalipse de Jesus Cristo, aparece assim, a princípio um mistério, (no meio de sete candeeiros e com sete estrelas na mão), mas é o próprio Deus quem revela outra vez o entendimento em nossos corações.
 
 

João escreveu o apocalipse

 

Apocalipse 1: 19.
Portanto, escreva as coisas que você viu, tanto as presentes como as que acontecerão.
 
João viu! João não sonhou, não imaginou, não inventou. João viu.
João não escreveu por que quis, não escreveu para vender livro, não escreveu para causar polêmica, não escreveu pra ficar famoso. João escreveu porque foi mandado.
 
Então, João escreveu as revelações, descreveu as cenas e os cenários. Retratou os personagens que viu, cada qual em sua respectiva performance.
 
João detalhou como pôde; usando a comparação, tentou transmitir o que viu de forma que o imaginário dos leitores reproduza a mesma cena.
 
Ainda que à primeira vista pareça um enigma ou aterrorizante, no entanto é a palavra de Deus escrita que aos poucos vai descortinando, vai revelando a mensagem aos nossos corações.
 
João viu coisas referentes ao seu contexto temporal, como também do futuro tão longínquo que nós do século 21 ainda esperamos.
 
 

Ele vive

 

Apocalipse 1: 18. Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos! E tenho as chaves da morte e do inferno.
 
Ele vive. Foi morto, mas está vivo para sempre. A morte é o desafio impossível do ser humano, o terror da vida, o problema insolúvel. Ninguém conseguiu nem jamais conseguirá resolver.
No entanto, Jesus Cristo e o Seu testemunho desbanca o poder e o histórico da morte. 
 
Há uma ideia, uma filosofia que a "morte" é um ser, uma entidade. E que o Seol é um lugar onde fica as almas dos mortos. Dentro dessa concepção e utilizando essa ideia, Jesus afirma: "Eu tenho as chaves da 'morte' e do seu mundo. 
 
Ter as chaves significa ter autoridade. Em outras e mais claras palavras - Jesus tem autoridade sobre a morte e sobre o estado de estar morto.
 
Ele é a ressurreição e a vida.
João 11: 25. Então Jesus afirmou: – Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.
 
 

Quando O vi caí aos seus pés

 

Apocalipse 1: 17. Quando eu o vi, caí aos seus pés, como morto. Porém ele pôs a mão direita sobre mim e disse: – Não tenha medo. Eu sou o Primeiro e o Último.
 
João não pulou freneticamente, não gritou de forma histérica, não chorou copiosamente, não correu para abraçar Jesus, pra "recostar" em Seu peito.
 
João não teve qualquer comportamento que uma pessoa pudesse ter quando 60 anos antes o mesmo Jesus andava com eles.
Jesus é o mesmo, ontem, hoje e eternamente. É o mesmo Rei e Senhor. O que mudou é que agora João O viu na Sua formosura, na Sua Glória. E a única atitude plausível de se ter, é prostrar-se aos Seus pés.
 
Mas O mesmo Jesus deixou de lado as sete estrelas que estavam em Sua mão direita, para por Sua mão sobre João e dizer: - Não tenha medo. Eu Sou o primeiro e o último.
 
Ele é o primeiro, Aquele Galileu que João conheceu, conviveu, seguiu e aprendeu. Ele é o último, Este que João viu e não conseguiu ficar em pé por causa da Sua Glória.
 
E o interessante disso tudo é que O Último às vezes também age como O Primeiro, como nesse ato de pôr a mão direita sobre João.
 
 

A mão direita, a boca e o rosto

 

Apocalipse 1: 16. Na mão direita Ele segurava sete estrelas, e da sua boca saía uma espada afiada dos dois lados. O seu rosto brilhava como o sol do meio-dia.
 
A mão direita é a mão do agir, a mão que governa e determina. Estrelas representam anjos, que por sua vez significam mensageiros. Os mensageiros (pastores) das igrejas devem estar nas mãos de Jesus, serem governados e comandados por Ele. Daniel capítulo doze versículo três nos confirma essa afirmação dizendo que os que vivem retamente e os que ganham almas brilharão como estrelas.
Daniel 12: 3. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.
 
A Palavra que sai da boca de Cristo Glorificado é como uma espada de dois gumes (afiada dos dois lados), ela penetra facilmente nos corações, mas também corta em todas as direções, ela também decepa cabeças, se preciso for.
Hebreus 4: 12. Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
 
O rosto que tempos atrás foi ferido, cuspido e esbofeteado, agora brilha a pleno vigor. Esse brilho não é uma luz refletida - é o brilho da Glória presente Nele e própria Dele. O rosto brilha como o sol na sua maior força.
Malaquias 4: 2. Mas, para vocês que me temem, a minha salvação brilhará como o sol, trazendo vida nos seus raios. Vocês saltarão de alegria, como bezerros que saem saltando do curral.
 
A mão direita domina os mensageiros. A boca envia a palavra cortante e penetrante. O rosto brilha com a presença manifesta.
 
 

Pés como bronze polido e voz como som de muitas águas

 

Apocalipse 1: 15. Os Seus pés brilhavam como o bronze polido e a Sua voz ressoava como o som de muitas águas.
 
O soldado romano polia e dava brilho em suas botas em duas ocasiões específicas - quando ia para a batalha, e quando ia fazer o desfile ao retornar vitorioso da batalha.
 
Jesus é O General vitorioso, que marcha à frente do seu povo. Jesus venceu o mundo, a morte, o inferno e o pecado. Seus pés brilham como o bronze polido - Ele está pronto e disposto a entrar em qualquer batalha por nós. Ele profeticamente já se apresenta vitorioso.
 
Pés de bronze também nos fala de julgamento. Ele está pronto para "pisar o lagar".
Isaías 63: 3. Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; eu os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor, e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura.
 
Sua voz é estrondosa, retumbante, com força, poder e autoridade. João a compara com o som produzido por muitas águas, como o de uma grande cachoeira.
 
É a voz do General no comando da tropa. Jesus comanda o universo. Dá ordens ao exército do céu. Tudo o que existe obedece à Sua voz.
 
Joel 2: 11. À frente do seu exército, o SENHOR dá ordens em alta voz. O exército é enorme, e os soldados são valentes! Como é terrível o Dia do SENHOR! Quem poderá suportá-lo?
 
 

Cabelos brancos como a lã e olhos como chamas de fogo

 

Apocalipse 1: 14. e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca e como a neve; e os seus olhos como chamas de fogo.
 
O cabelo branco nos fala sobre a sabedoria. (Ele sabe todas as coisas). Nos constrange a termos profundo respeito e obediência. Nos fala também da Santidade, da Divindade e da Eternidade de Cristo. Sendo ainda um símbolo de dignidade e honra.
 
Os olhos como chamas de fogo nos fala do conhecimento, do poder e da autoridade. Esse olhar penetra e sonda o nosso interior, de forma que é impossível se esquivar.
 
"Cabelo branco e olhos como chamas de fogo" conhece o nosso interior, propósitos, projetos, pensamentos e intenções do coração. E sabe nos tratar devidamente com Palavra, orientação, conselho, disciplina ou julgamento.
 
 

Vestes talares e cinto de ouro

 

Apocalipse 1: 13b ...vestindo uma roupa que chegava até os pés e com um cinto de ouro em volta do peito.
 
"Vestindo uma veste talar" - "uma roupa que chegava até os pés" - Essa veste é característica de Sacerdote, Juiz e Rei. 
 
No meio das igrejas, Jesus exerce o sacerdócio, aplica o juízo e a justiça e reina soberanamente.
 
Como Sumo Sacerdote, Jesus é o Mediador - leva ao Pai as nossas causas e intercede por nós. Como Sumo Sacerdote perdoa nossos pecados.
 
Como Juiz, julga com justiça. Analisa nossas questões e controvérsias. Como Juiz determina e envia a Palavra que precisamos ouvir. Sentencia, adverte, orienta, dá ganho de causa ou aplica o juízo.
 
Como Rei é incontestável em tudo o que decide, em tudo o que determina. Como Rei, nos prostramos aos Seus pés e O adoramos como Ele é.
 
O cinto de ouro é a Sua graduação máximo. Sumo Sacerdote. Supremo Juiz. Rei dos reis.
Hebreus 4: 14. Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
 
Atos 10: 42. Este (Jesus) nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos.
Apocalipse 19: 16. No manto, sobre a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores.
 

Um semelhante a filho de homem

 

Apocalipse 1:13a. E no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem,...
 
"Filho do homem" - expressão pela qual o profeta Ezequiel era chamado por Deus. (Ezequiel 2: 1. E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo).
 
"O Filho do Homem" - expressão que Jesus aplicou-se a si mesmo. (João 3: 13. Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem).
 
"Um semelhante a filho de homem" - o profeta Daniel teve a visão de Jesus recebendo todo o poder e autoridade (descrito em Mateus 28: 18), seiscentos anos antes de acontecer.
 
Daniel 7: 13. Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele.
14. E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.
 
Filho do homem, é portanto, Jesus, de quem nós temos semelhança. Quando João descreve (no inverso) - semelhante a filho de homem - é pra facilitar nossa compreensão, porque estamos habituados a ver homens e não Jesus.
 
Mas o correto seria dizer: " Vi Jesus, de Quem nós homens, somos semelhantes, ou temos semelhança".
 
No meio dos candeeiros - Jesus é o centro, a fonte de luz, a fonte da luz dos candeeiros, das igrejas.
 
 

Sete candelabros de ouro

 

Apocalipse 1: 12. Eu virei para ver quem falava comigo e vi sete candelabros de ouro.
 
Tendo ouvido atrás de si a voz forte, João não se contém apenas em ouvir. A curiosidade o levou a virar-se, a voltar-se para trás, justamente para ver o dono daquela voz. Imagina o espanto de João ao se deparar com um cenário e uma "Figura Sobre-humana" surpreendente.
 
Os sete candeeiros, luzeiros, são a representação espiritual das sete igrejas, (Ap 1: 20), provavelmente dispostas em círculo, como que unidas, formando para quem olhar de longe, uma grande bola de luz.
João vê em primeiro lugar o cenário da igreja - candelabro; candeeiro - cada candeeiro distinto um do outro, no entanto, em unidade. Cada candeeiro é portador de luz. Não possui luz própria, mas sua luz é proveniente do "incendiar" do azeite - que representa o fogo do Espírito Santo.
 
Enquanto a candeia (mais simples), representa uma pessoa, o candeeiro (bem mais elaborado), representa a igreja. Possui uma base, uma haste de prolongamento e por fim o suporte da lâmpada propriamente dita. Essa igreja, com uma base sólida e um mecanismo de alcance.
 
João viu a igreja, que no seu contexto físico era perseguida e assolada, mas na esfera espiritual, cheia de luz.
 
 

Sete cidades da Ásia

 

Apocalipse 1: 11b. Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.
 
Cada cidade dessa tinha uma igreja reconhecida por Jesus e escolhida para ser-lhe enviada uma carta.
 
Não é possível dizer se já havia nessa época já uma variedade de denominações cristãs, no entanto, é importante notar que cada igreja referida tem uma relação muito forte com o contexto da cidade, em todos os aspectos.
 
De certa forma a igreja era um retrato, ou uma pequena porção da cidade. Aspectos históricos e culturais da cidade são sabiamente "trabalhados" por Jesus para a composição de cartas extremamente específicas e direcionadas a cada uma delas em seu tempo. E ainda transcender o tempo e alcançar todas as futuras gerações por revelação na pregação das mesmas cartas.
 
As igrejas são igrejas locais, estão enraizadas na cidade. Cada uma delas é única. Não existe filial. Não existe igreja filha. Não existe "campo".
 
Cada uma delas é tratada por Jesus.
 

Enviando o Apocalipse

 

Apocalipse 1: 11a... dizendo: o que vês escreve em livro e envia às sete igrejas: 
 
João recebe a ordem expressa de escrever "o que ver" e enviar às sete igrejas. Essas sete igrejas são todas da Ásia Menor. 
 
Situavam-se mais ou menos numa via circular que cobria a província da Ásia. O número sete simboliza a totalidade.
 
João descreve com suas próprias palavras o que vê. João usa seu vocabulário, o vocabulário humano bastante limitado para descrever as visões celestiais. Por isso João usa bastante a "comparação" para tentar descrever o mais aproximado possível suas visões.
 
Outrossim, João também se depara com visões simbólicas, trazendo às vezes a interpretação e outras vezes deixando em suspenso.
 
Em suma, João escreveu do jeito que Deus permitiu. João enviou do jeito que Deus mandou. 
 
E assim, do jeito de Deus e através de João e tantos outros ao longo da história (tradutores / copistas / redatores / linguistas / distribuidores), que essa carta também chegou até nós e pode ser exposta até no Facebook e muito mais.
 
 

domingo, 2 de agosto de 2020

Grande voz como de Trombeta

 


Apocalipse 1: 10b... e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta.
 
Uma constante no livro de Apocalipse é a utilização da figura de linguagem chamada 'comparação' a qual é efetivada pela preposição "como".
 
João ouviu grande voz "COMO" som de trombeta.
A voz é forte, poderosa, sobrenatural. Não é a voz de um homem apenas, é a voz de Deus. Não é a voz de quem chama para conversar apenas, é uma voz de Quem tem Autoridade, uma voz que anuncia, que "trombeteia", uma voz como o toque, como o som de uma trombeta.
 
As trombetas foram usadas nos quarenta anos de deserto. Serviam para convocar a congregação e para anunciar a partida dos arraiais (Nm 10: 1 - 2). 
 
A voz das trombetas convocava o povo a se reunir e anunciava a hora de partir.
 1 Tessalonicenses 4: 16. Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
 
A voz da trombeta é um sinal de aviso:
Ezequiel 33: 4. então todo aquele que ouvir o som da trombeta, e não se der por avisado, e vier a espada, e o levar, o seu sangue será sobre a sua cabeça.
 
A voz de trombeta que João ouviu quer dizer duas coisas em uma: "Chegou a hora do povo ser reunido para partir e cada um dê-se por avisado".

O dia do Senhor

 


Apocalipse 1: 10a. Achei-me em espírito, no dia do Senhor,...
Na ilha de Patmos, qualquer um dos prisioneiros acharia-se cansado, entediado ou revoltado no "Dia do Imperador". Alguns, aliviados por terem um dia de descanso na semana, mesmo "em honra" ao Imperador. 
 
Domingo, era o dia do Imperador, o dia do deus sol. João, porém, ousa declarar de forma desafiadora - É O Dia do Senhor. João não se esqueceu de Jesus. O exílio não fez João se esquecer de Jesus. O calendário humano, mundano e das trevas não obrigou João a deixar de acreditar em Jesus.
 
João está "No Dia do Senhor". João está em espírito. João está sob o Poder do Espírito. João está sentindo a Presença de Deus. João entra em êxtase, é arrebatado dos sentidos... está prestes a conversar com Jesus Glorificado. 
 
No domingo, o Dia do Senhor, João estava alerta, estava ligado em Deus, concentrado no louvor e adoração a Deus. Achou-se em espírito...
 
É uma prévia do Grande Dia do encontro definitivo com o Senhor.

A ilha de Patmos

 


Apocalipse 1: 9b... achei-me na ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
 
Patmos - uma ilha vulcânica rochosa - servia de colônia penal e exílio político onde os desterrados para ali, trabalhavam nas minas.
João foi mandado para essa ilha por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus, certamente acusado de subversão ao pregar que Jesus é o Senhor, quando o imperador romano arrogava para si o título de Senhor e Deus.
 
Historiadores afirmam que João permaneceu na ilha dois anos, (ano 94 a 96) tendo sido liberto quando o imperador Domiciano morreu e ainda obteve permissão para se restabelecer na cidade de Éfeso.
 
A ilha de Patmos fisicamente foi sua prisão, porém foi o palco da Revelação. João achou-se naquela ilha inóspita, mas sobretudo achou-se conversando com Jesus e vislumbrando as maravilhas dos céus.

Eu, João

 


Apocalipse 1: 9a. Eu, João, irmão vosso e companheiro convosco na tribulação, no reino, e na perseverança em Jesus...
 
Eu, João, Irmão vosso - "Quem escreve essa carta; quem traz essa tremenda revelação, sou eu, João". "Vocês me conhecem, conviveram comigo, sabem como é a minha vida".
Companheiro convosco na tribulação, no Reino e na perseverança em Jesus.
 
"Estive convosco quando a igreja começou, quando cresceu, quando sofreu perseguição. Estive convosco vivendo esse Reino de Deus. Continuo convosco nesse momento difícil de perseverança em Jesus.
 
João, se tornou grande líder da igreja, mas continuou pequeno, humilde. Apresenta-se apenas como "Irmão". Sua primeira carta (I João) revela sua humildade, seu cuidado e seu amor pelas pessoas. Diz ele: " Filhinhos", "Amados". Na segunda e terceira carta denomina a si mesmo como "O Presbítero". 
 
João, o discípulo amado, o apóstolo do amor, o sobrevivente ao tempo dentre os que andaram com o Senhor, o que teve a revelação do Apocalipse, continua sendo João, o nosso irmão.
João é do meio do povo, tem comunhão, cuidado, zelo e respeito com o povo. Sua autenticidade e autoridade são reconhecidas pacificamente.
 
Eu, João... é muito, muito significante!

O Alfa e O Ômega

Apocalipse 1: 8. Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
 
Na cultura antiga havia o costume de representar as coisas pelos extremos. Alfa e Ômega são respectivamente a primeira e a última letra do alfabeto grego. Alfa e Ômega significa dizer o primeiro e o último, o princípio e o fim.
 
Deus é O Criador, o começo de todas as coisas. Também é O Justo Juiz; diante Dele tudo tem que prestar contas. 
 
Alfa - Deus deu início às nossas vidas, começou a escrever nossa história. Agora nós vivemos as "letras" seguintes do alfabeto. Alguns estão no início, outros no final. Alguns vão vivendo cada uma delas de uma maneira especial, outros pararam em alguma letra difícil e não conseguem prosseguir. Muitos não conseguirão completar uma palavra ou frase. Outros farão uma bela poesia; quiçá, escreverão até um livro.
 
Seja o que for que tenhamos escrito ou deixado de escrever, um dia nossas letras acabam, o alfabeto da vida termina Naquele que o começou.
 
Ômega - Fim de todas as coisas. Hora de apresentar ao Ômega todas as letras que o Alfa nos confiou.
Apresentar a nossa história e receber o veredito.
Ele É. Era. E Há de vir. Ele Existe por Si mesmo, hoje e eternamente.
 

Ele vem com as nuvens

Apocalipse 1: 7. Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
 
Jesus vem. Jesus voltará.
A primeira vinda, foi na terra, como homem. Deixou a Sua Glória e veio.
 
Filipenses 2: 6-8. Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, Ele abriu mão de tudo o que era Seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, Ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte – morte de cruz.
 
Na primeira vinda se fez um de nós - ser humano. Rejeitado e não compreendido por muitos. Muitos não O viram como deveria ver. Riram e zombaram Dele.
 
Na primeira vinda nós não O vimos como deveríamos. Nós O transpassamos com os nossos delitos. Nós não choramos de arrependimento o suficiente.
 
A segunda vinda é nos céus, com poder e grande glória, como Ele é.
Lucas 21: 27. Então verão vir o Filho do homem em uma nuvem, com poder e grande glória.
 
Na segunda vinda, coroado Rei, coroado de glória. As nuvens envolvidas pela nuvem de glória.
 
O restante do versículo de (Ap 1: 7), é uma profecia, ou metáfora de Cristo a partir da referida profecia, proveniente de:
Zacarias 12: 10. Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de súplicas; e olharão para aquele a quem transpassaram, e o prantearão como quem pranteia por seu filho único; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo primogênito.
 
 

O que Jesus fez por nós


Apocalipse 1: 5c - 6... Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém.
 

Jesus nos ama - Não é o amor sentimental que estamos acostumados a viver nas paixões dos nossos corações. O amor de Jesus significa decisão de salvar. Quando alguém diz: - 'Jesus te ama'! Racionalmente está afirmando: - 'Jesus decidiu salvar você'! Ele se entregou à morte na cruz pra salvar você.
 
Pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados - ou, nos purificou, nos lavou. O pecado é como um laço, uma corrente que prende, uma trama ou uma rede que enrola. É ainda como um lamaçal que suja e fede. Jesus, pelo Seu sangue, nos libertou e purificou, nos lavou.
 
Nos fez reino e sacerdotes para Deus -
A expressão original proveniente de Êxodo 19: 6 promete fazer do povo ao entrar na terra prometida, "um reino de sacerdotes", "um povo consagrado a Deus". Isso nos fala sobre uma função de posicionamento espiritual. O sacerdócio é um ofício de se apresentar diante de Deus em santidade.
 
Por esses grandiosos feitos por nós, declaramos com entusiasmo e vigor: - A Ele seja a Glória, e o Domínio, pelos séculos dos séculos. Amém.


 


Apocalipse 1: 5b ... Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra...
 
Jesus Cristo: Apresentado com três características específicas.
Fiel Testemunha - Testemunha é Mártir - Alguém que é morto por não negar sua convicção. Também lembra "profeta" - uma das faces do ministério de Jesus.
 
Primogênito - Além de significar "O Primeiro", é também um título de honra. O mais exaltado, o mais excelso, o mais sublime. Primogênito dos mortos nos remete ao sacerdócio celestial de Jesus. Quando ressurreto adentrou o santuário celestial.
 
Príncipe ou Soberano dos Reis da terra - Jesus é o Rei, o Soberano. Em suas mãos foi entregue toda a autoridade nos céus e na terra.
Essas três características específicas nos relatam uma sequência de espisódios marcantes na trajetória de Jesus.
 
Fiel Testemunha nos três anos e meio de ministério terreno, consumado na cruz (Mártir).
 
Filipenses 2: 8. e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
Primogênito dos mortos, quando ressuscitou e subiu aos céus.
 
Hebreus 9: 24. Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;
 
Príncipe dos Reis da terra, ao ser coroado Rei.
Apocalipse 19: 12. Os seus olhos eram como chamas de fogo, e ele tinha muitas coroas na cabeça. Havia escrito nele um nome que ninguém conhece, a não ser ele mesmo.
 

A saudação de Deus



 


Apocalipse 1: 4b - 5a.
... Graça a vós e paz da parte Daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; e da parte de Jesus Cristo...
 
Que saudação maravilhosa! Ser saudado com "A Graça e a Paz", pelo Pai (Aquele que É) pelo Espírito Santo (Sete Espíritos) e pelo Filho (Jesus Cristo).
 
Graça é presente, dádiva, favor que não merecemos, mas Deus está pronto e disposto a nos dar. É a bondade excepcional de Deus para com nós pecadores, para tornar possível o perdão e a salvação.
Paz - no antigo testamento, a saudação "Shalom", que comporta não apenas a ausência de guerra e tribulações, mas um estado de segurança, concórdia, prosperidade, bem-estar, e vida vivida em plenitude. 
 
A saudação "Graça e Paz", reúne o Novo e o Antigo Testamento, desejando em primeiro lugar o encontro com Cristo - o perdão e a salvação - e a constante 'manutenção' destes. 
 
Em seguida e juntamente, profetizando o tão compreendido e esperado "Shalom" do povo abençoado de Deus. 
 
- "Que a Graça e a Paz" do nosso Deus Único e Triúno seja com a tua vida hoje e para sempre. Amém!
 

Uma carta vinda do céu

Apocalipse 1: 4a. João, às sete igrejas que estão na Ásia: 
 
João tem credibilidade. É conhecido, reconhecido e respeitado em muitos lugares, em muitas igrejas. João é o apóstolo sobrevivente às perseguições sofridas pela igreja. Mais de 60 anos foram transcorridos desde que Jesus subiu aos céus. 
 
João viu e ouviu Jesus inúmeras vezes, foi guardado para essa missão especial, ver e ouvir a revelação, o apocalipse, escrever e enviar para sete igrejas na Ásia. Sete (7), é um número simbólico, significa plenitude, totalidade. Certamente havia mais igrejas na Ásia, portanto, as sete escolhidas, também o foram por um propósito.
 
O fato de ter sido devidamente endereçada, não significa que a carta do Apocalipse tenha validade somente para aquelas igrejas e para aquela época. Se assim fosse todas as cartas do Novo Testamento não valeriam para nós, porque todas são endereçadas a determinada igreja ou pessoa.
 
O fato é que toda escritura inspirada por Deus transcende o tempo, a época, o contexto histórico, social e geográficos, embora estes tenham que ser considerados e compreendidos, mas de forma alguma podem ser excludentes.
 
Em suma, parafraseando a dedicatória, posso destacar:
- João, a todas as igrejas em todos os lugares até a consumação dos séculos.
 

Bem aventurado aquele que lê

 

Apocalipse 1: 3. Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.
 
Bem aventurado - feliz, próspero. Abençoado por Deus.
Ler e ouvir as palavras do Apocalipse não perturba, não amedronta. Ao entender as palavras dessa profecia, sentimos conforto - Jesus Cristo vence e reina. Ao viver as palavras dessa profecia, nos sentimos seguros - há promessas para nós.
 
Ler - significa a leitura devocional. Estudar a sós. Comparar com os acontecimentos atuais no mundo todo, e perceber seu cumprimento.
Ouvir - tem a ver com a urgência de ser pregado nas igrejas e ser obedecido, "porque o tempo está próximo", significando que o tempo todo temos que estar 'prontos', esperando a consumação dos séculos.
 
O apocalipse não pode ser esquecido "por difícil compreender". Também não pode ser lido "pra saber o futuro". Ou simplesmente, pra conhecer. O Apocalipse é a mesma Palavra de Deus, viva e eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes. O Apocalipse é Escritura inspirada por Deus e útil para ensinar, corrigir, exortar e educar na justiça.
 
Ler e ouvir; compreender e obedecer... e a bênção do Senhor é derramada sobre nós.
 
Diante desse incentivo profético - não como recusar "mergulhar de cabeça" nesse livro tão famoso e atual.
- Tenha uma ótima leitura e uma perfeita audição!
 

Carta mensagem




 


Apocalipse 1: 1b-2... enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João; o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo quanto viu.
 
João - um dos discípulos de Jesus - um homem de carne e osso como nós, já em idade avançada foi o responsável por ver e ouvir e escrever tudo que viu, ouviu e foi incumbido de transmitir.
 
Que grande responsabilidade! Deus o escolheu para escrever e enviar às igrejas a carta-mensagem do Apocalipse. Um homem apenas, mas a Palavra de Deus na ponta da sua pena e tinta.
 
Ao ser notificado pelo anjo, João não recuou, não se esquivou. Teve a coragem e a determinação de escrever o que se lhe havia sido mandado.
 
Testificou da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus. E tudo o que viu, o que ouviu, o que sentiu não escapou de ser registrado e transmitido através de sua pena.

O véu é rasgado

Apocalipse 1: 1. Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; 
 
Apocalipse significa revelação. Revelação é o ato de revelar o que estava oculto. Ou mais propriamente, desvelar - tirar o véu - abrir a cortina e mostrar o cenário do futuro.
 
Para os servos de Cristo os acontecimentos futuros são claramente revelados. Tempos difíceis virão, mas Deus tem o controle de tudo e cuida dos que são seus.
 
Em meio ao cenário 'apocalíptico', há uma certeza constante - Jesus Cristo é vencedor em todas as coisas. 
 
Jesus está presente do começo ao fim, animando, avisando, encorajando o Seu povo. Demonstrando que o poder pertence a Deus, que tudo vai ser julgado com justiça e o céu plenamente estabelecido.